A expansão do Canal de Panamá, com custo estimado em US$ 5,25 bilhões, pode ser considerada um dos megaprojetos em curso no mundo. E não só pela ótica da engenharia, dado o porte da obra, que requer trabalhos simultâneos em países das Américas, Europa e Ásia. Mas sobretudo pelo potencial impacto no transporte marítimo internacional, em especial no segmento de contêineres, a partir do fim de 2014, quando, se espera, a expansão do canal esteja concluída.
O programa consiste na instalação de um terceiro jogo de eclusas, que funcionam como elevadores para navios. Hoje o Canal de Panamá – cuja extensão, entre os oceanos Atlântico e Pacífico, é de 80 quilômetros – é formado por duas linhas de navegação equipadas com eclusas. Será construída uma terceira linha com um novo conjunto de eclusas. A obra também prevê novos leitos fluviais de navegação e alargamento dos leitos existentes, além do aprofundamento do canal de navegação do chamado “Corte Culebra”, ponto mais estreito do canal, e do lago Gatún, próximo ao Atlântico.
A partir do fim de 2014, empresas de navegação poderão implantar linhas de navios de maior tonelagem para operar através do canal. Hoje o Canal de Panamá está limitado, nos contêineres, a navios de 4,6 mil TEUs (equivalente a 20 pés). Essa capacidade será multiplicada por mais de duas vezes. A Autoridade do Canal de Panamá (ACP), que administra a via, diz que a expansão permitirá a passagem de navios de até 13,6 mil TEUs, mas entre armadores há quem entenda que essa capacidade poderá ficar em cerca de 10 mil TEUs, considerando o tamanho dos navios que cruzarão pela nova linha, que poderão ter até 366 metros de comprimento e transportar, ao largo, 19 fileiras de contêineres.
Nos graneleiros, cujo limite hoje é de 60 mil toneladas, poderão passar pelo canal embarcações de até 170 mil toneladas. Navios gaseiros poderão cruzar pelo istmo do Panamá, com impactos na produção tanto do lado do Atlântico quanto do Pacífico, disse Alberto Alemán Zubieta, administrador da ACP. A mesma lógica vale, segundo ele, para embarcações de carvão, que terão a opção de transitar pelo canal com navios maiores, obtendo ganhos de eficiência.
O uso de navios maiores para atravessar o canal vai representar economias de escala, com redução de custos.
Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes | Do Rio
as imagens e muitos boas
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